terça-feira, 26 de abril de 2011

Perdida ao aquém

  De  Sara Meynard - www.fotolog.com.br/sarameynard

   Tá tudo tão nada ultimamente. Eu fico esperando palavras alheias, sem nem saber o que se passa por mim. Palavras de sei lá quem, vindas de qualquer olhar, qualquer direção.
Fico esperando um abraço instantâneo, um beijo perdido no ar. Tem tanto espaço no meu coração!
Fico aqui esperando coisas que eu não tenho certeza. Mas mesmo assim eu acabo me surpreendendo, tem gente que tem coisa para me dar.
Eu não sei como vão as coisas, então não me pergunte se está tudo bem. Qualquer resposta é feita puramente do momento.
Às vezes eu dou sorrisos perdidos, em tempo e espaço. Alguém quer pega-los? Ficaria ainda mais feliz e te daria mais sorrisos. Prometo.
Suspiros enchem meus pulmões de ar poluído por modernidade. Fico suspirando o dia todo. Talvez seja porque eu estou cansada. Ou talvez seja porque eu não sei em quem pensar, o que decidir. Talvez eu não precise mesmo me decidir, deixa estar. Ou talvez seja porque eu descobri que sou eternamente apaixonada. Não consigo viver sem amar, sinto muito. Mesmo que seja só um pouquinho, estarei amando alguém. Ou alguéns.
- Aquém ou além?
-... Quem?
- Quem ao aquém.
- E ao além?
- Não sei quem.
- Ao além?
- Sim, e nem ao aquém, na verdade.
- Nossa, sabe se tem quem pelo menos?
- Acho que tem quem.
- Ai, vá pro além. Pelo menos tem você.
- Isso, eu já sou parte do quem. Ao além e também ao aquém.
_ os outros quem você espera?
- sim, a vida é espera de quens. Quens alheios ou nossos quens. Tem gente que não acha seu quem. Eu meio que achei meu quem. Queria mais alguens para juntar no meu quem e ficar ao além.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Eu, Você e Nós.

  Por: Ricardo José Alves - Estudante de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

A chuva nunca foi tão melódica como naquelas noites, suas palavras, seus sussurros, encaixavam-se perfeitamente naqueles acordes, porque sim, eram acordes e não barulho de gotas somente. Nunca, na minha vida, fui tocado de uma forma tão intensa; nunca, na minha vida, achei que quatro dias valessem o mesmo que uma vida inteira; nunca, na minha vida, eu acharia que fosse me apaixonar dessa forma. Suas mãos nas minhas, seus olhos nos meus, seu sorriso debatendo-se com o meu, seu cheiro misturando-se com o meu; Eu, Você e Nós.
E quando eu penso no meu futuro, agora, eu tento te encaixar de qualquer jeito, de qualquer forma, pois é como se sem você não mais fizesse sentido. Poucos dias intensamente vividos, almejando que esses ‘poucos’ virassem muitos, eternos – e nós podemos fazer isso acontecer, eu sei que podemos, porque se tem ‘Eu’, tem Você, tem Nós.

Ainda sinto seu cheiro em minhas roupas, não quero que ele saia, pois seria como se você fosse embora, para sempre. Não queria ter dito adeus, e assim o fiz: eu não disse, eu não consegui. Eu sei, eu sinto, eu te verei em breve, e faremos o Eu, Você e Nós acontecer de novo, de novo e de novo, até que matemos ‘o fim’ com nossas próprias garras, com nosso próprio romance.

Nada

   Por Douglas Cristian - kafkacity.blogspot.com

Eu acordei, olhei para a rua e as pessoas andavam felizes, era dia de feriado. Feriados são a especialidade dos brasileiros, podemos ter milhares por ano sem se perguntar o porquê.
As crianças corriam atrás de uma bola, as senhoras conversavam nas janelas e alguns homens conversavam aos berros em botequim. Tudo ao som do que há de pior na música brasileira e eu me reverberava por dentro, andando de um lado para o outro do meu quarto. Tudo é tão vago, tão fútil....
Nesses devaneios sigo, sigo a não pensar. Não quero pensar. Desisto de pensar. Meu pensamento não significa nada e não muda o mundo. Não me aproxima de nada, não me leva a lugar nenhum. Caminho numa rua vazia, caminho na rua do pensamento que não significa nada.
Então prefiro não pensar, escrevo apenas essas linhas difusas, confusas, sem nexo, que jamais serão lidas por ninguém visto que meu blog não tem muita audiência.
Prefiro apenas colocar nessas linhas o que antigamente eu colocaria num caderno ou num diário.
Depois eu mudo de idéia e resolvo continuar blogando.
Existe esse verbo? Blogar?
Se não existe, determino agora o seu nascimento.

Eu blogo

Tu blogas

Ele bloga

Nós blogamos

Vós blogais

Eles blogam

E eu encerro o post antes de encher o saco de quem me lê!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Quem somos,de onde viemos, para onde queremos ir?

 Os fanzines ou zines vêm da aglutinação da última sílaba da palavra magazine (revista) com a sílaba inicial de fanatic. Provavelmente os primeiros zines foram impressos durante o movimento punk na Inglaterra. Só podia ser mesmo coisa dos ingleses. Ou seja, seria uma produção cultural, em quaisquer formatos, editado por fãs de todos os tipos.
            Na verdade, é algo bem abrangente, pois depende das condições dos editores e dos objetivos dos mesmos. Assim, engloba todos os tipos de assuntos. Mas o importante é que é uma produção independente e original, feita por gente interessada.
            Zineaspas é um zine, feito sob a marca do Cineaspas, que é uma idéia cultural ouro-pretana. Não vamos definir aqui o indefinível, mas o zineaspas seria a parte literária desse coletivo, formada basicamente por Sara Mosli http://locafes.blogspot.com, Douglas Cristian http://kafkacity.blogspot.com e Sara Meynard http://meynardbegname.blogspot.com.
            O zine ainda não tem nenhuma publicação, mas logo sairá uma edição zero, um teste, um ponto de partida para outras edições.
            Nesse blog, divulgaremos os textos que terão a possibilidade de serem publicados nas edições do zine. Aqui, poetas, contistas, amadores, cronistas, leitores, contadores de histórias, todos terão seu espaço, é só se comunicar. É um lugar de divulgação de trabalhos ainda não descobertos, de gente talentosa e que quer fazer algo diferente.

Então venha, e faça logo seu contato!

Dúvidas
1 - Como enviar o trabalho?
Basta enviar um arquivo, com o seu trabalho para zineaspas@gmail.com.

2 - E quanto a direitos autorais?
Todos os direitos serão reservados ao autor da obra em questão. Mas, a partir do momento da publicação, o ZineAspas não se responsabiliza por problemas relacionados ao uso do texto em outras mídias.

3 - Todo gênero literário é aceito?
Sim.

4 - É preciso ser profissional?
Sim. Profissionalmente amador!!!!

5 - Existe algum editor?
Sim, senão vira bagunça!

6 - Tem que ser ouro-pretano para publicar o trabalho?
Não!