quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Treinar Pensamentos"

Era esse o barulho que ouvia - barulho de rua. Pisações arítmicas, carros velhos no chão de paralelepípedo (cujo o som é infinitamente mais agradável que carro novo no asfalto), vento nas árvores, retalhos de conversações... É um som que me agrada, ainda mais numa dessas épocas em que o rosto se rosa e o nariz congela; a boca seca, portanto é mais mordida; as mãos que, por cuidado mais que acertado do(a) dono(a) delas, ficam constantemente dentro dos respectivos bolsos enquanto caminham (que deveriam todos ser de pelúcia por dentro). Mãos quentinhas, gostosas. São aquelas que sinto falta nessas horas. Não seja tolo, não penso em todas ou qualquer uma; penso naquelas mãos que eu gosto, de quem gosto.
Não são as mãos de que o próprio dono as gosta, até desfaz delas. Deixa lá escondidas, e acha que não percebo que não gosta que me aconchegue nelas. Pois, também não hei de gostar caso acariceie as minhas costas porém deixarei; então me deixe em paz com suas mãozinhas. Quer dizer, mãozonas. Macias, brancas. Não interessa, são suas. É isso que importa.

Imagine, é claro que pensei-o num só caminho. Tentei falar pra mim com essas palavras, mas sabe que é impossível? Havia eu ter que treinar tudo o que pensava pra poder falar. Se era pra você, não sei, mas suponho bastante que sim. E ainda mais sendo você, treinei-me muito mais...
Pois é claro, dei com os burros n'água. Perdi grande parte do que pensava naquele momento... E gente não pode recuperar arquivo.
_ Que é isso então agora escrito?
Calma, é o mesmo. A essência do que pensa é o que fica, bem ali no lugar, não sai. É só escolher como se vai; ou se fica; ou retrai.

Que acha? Assim os tirei de mim. Poderia ser de outro jeito, num outro meio, até. Mas é que as palavras escritas que me deram preferência agora.
Então, se contente com elas, e durma com elas, viva com elas...

Ass: "Lolita", entre mais aspas que estas.

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